Neste final de semana teve início a última edição do Super 10 italiano, a liga profissional do rugby da Bota. A edição 2009-10 será a última do Super 10, já que a partir da temporada 2010-11 duas equipes italianas ingressarão na Magners League.
O Super 10 foi criado em 2002, substituição a antiga primeira divisão, a Serie A. A medida visava promover um campeonato profissional forte para a Itália. Apesar de todos os esforços para promover o campeonato, os clubes italianos não obtiveram sucesso europeu nem conseguiram a mesma visibilidade que os clubes dos outros países do Six Nations.
Os recentes insucessos da seleção italiana em se tornar uma verdadeira potência do esporte fizeram com que a federação local pensasse em novas formas de, a curto prazo, melhorar o nível do selecionado. A solução encontrada – que é bastante contestável – foi criar duas equipes italianas para disputar a Magners League (Aironi del Po’ e Praetorians Roma), uma competição muito mais desafiadora que o atual Super 10, o que possivelmente ajudaria na melhora da qualidade de um seleto grupo de atletas italianos. Na temporada 2010-11, os clubes que hoje disputam o Super 10 regressarão à Seria A, hoje a segunda divisão semi-profissional da Itália. O que leva à incerteza sobre a continuidade do profissionalismo total entre as equipes que disputam hoje o Super 10. Para piorar, duas equipes que jogariam o Super 10 2009-10 já desistiram da competição. O sempre forte Calvisano e a Capitolina, de Roma, desistiram do Super 10, dando lugar ao Gran Rugby Parma (que era para ter sido rebaixado) e para o L’Aquila, vice-campeão da Serie A. Agora vamos à temporada que acaba de começar!
O 14 vezes campeão italiano, o Benetton Treviso passou no meio do ano pela frustração de não ser escolhido como um dos representantes italianos para a Magners League. A poderosa marca de roupas Benetton, que mantém a equipe desde 1979, não conseguiu nem provar à Fereção Italiana de Rugby que era uma das melhores opções para se tornar uma das franquias profissionais, nem foi capaz de chegar a um acordo com os demais clubes do Veneto para lançar uma candidatura da região – que é a terra do rugby na Itália, casa dos mais importantes clubes do país, muito rivais entre si.
Como consolo aos verdes do Veneto, vale lembrar que eles ainda contam certamente com o melhor elenco da Itália, são os atuais campeões do Super 10 e ainda disputarão a Heineken Cup deste ano. Como destaques, a equipe conta como half Simon Picato, o abertura Andrea Marcato, o centro inglês Fraser Waters e o hooker Leonardo Ghiraldini.
Quem deverá disputar o título com Treviso, como sempre, será o Viadana. Oriundo de uma pequena cidade rural da Lombardia, os amarelos têm um ótimo patrocinador e podem aspirar ao título. Trata-se do banco Monte dei Paschi, instituição financeira mais antiga do mundo ainda em atividade – o banco foi fundado em 1472!
O Viadana chegou à primeira divisão italiana pela primeira vez só em 1999. Desde então, cresceu muito e conseguiu o título de campeão italiano em 2002. O grande feito, no entanto, parece ser a escolha da franquia dos Aironi del Po’ para ser um dos representantes italianos na Magners League. Isso porque os Aironi tem como principal membro o Viadana, idealizador da futura equipe. Dentre os principais atletas do atual elenco o segunda linha Carlo del Fava, o half Pablo Canavosio, o abertura australiano (ex-Wallabie) Lloyd Johansson o ponta fijiano Isoa Neivua, e o full back da seleção de Tonga Pierre Hola.
Sem o até então poderoso Calvisano, a luta pelas últimas duas vagas para as semifinais deverão ficar entre Rugby Parma, e os eternos rivais Petrarca Padova e Rovigo.
O Rugby Parma é também conhecido pelo nome de Overmach Parma, por questões de patrocínio. Mas o nome do patrocinador também é útil para diferenciá-lo da outra equipe da cidade o Gran Rugby. Parma é, pois, a única cidade que conta com duas equipes nesta edição do Super 10. Campeão italiano por três vezes, o grande feito do Overmach Parma foi ter derrotado o Newport Gwent Dragons, do País de Gales, na Pré-Heineken Cup, atingindo a fase de grupos da competição de 2006. No elenco atual destaques para Paul Emerick, um dos principais nomes da seleção dos Estados Unidos, e o hooker argentino Alvaro Tejeda.
Padova é certamente uma das capitais do rugby italiano. A capital do Veneto tem no Petrarca Rugby a sua grande equipe. O nome do clube é uma homenagem ao grande humanista do trecento, precursor do Renascimento italiano. Com 11 títulos italianos, o Petrarca Padova dominou o rugby italiano nos anos 70 e 80. O principal jogador do atual elenco é o abertura veterano francês Ludovic Mercier. O arquirival do Petrarca é o outro grande time do Veneto, o Rovigo.
Também 11 vezes campeão italiano, Rovigo tem como marca nunca ter sido rebaixado da elite do rugby italiano. O clube é tradicional, e voltou a disputar uma semifinal de Super 10 na última temporada. O objetivo agora é repetir a dose e, sobretudo, sobrepujar novamente seus rivais de Padova. O principal nomedo elenco é o asa capitão Tommaso Reato.
O outro clube do Veneto é o Venezia Mestre. Fundado em 1986, a partir da fusão de Venezia e Mestre, o clube representa a magnífica cidade de Veneza. O rugby é um dos únicos esporte nos quais Veneza tem uma equipe na primeira divisão da Itália. Uma cidade tão importante que é melhor representada esportivamente pelo rugby. Certamente um trunfo para nosso esporte… e para a cidade, claro! Devido a geografia de Veneza, o clube manda suas partidas no distrito de Mestre, porção continental da ilustre cidade. Na elite desde 2007, o Venezia Mestre busca se aproximar dos seus rivais do Veneto. O principal jogador do escrete veneziano é o asa Jean-François Montauriol.
Roma é representada no Super 10 pelo Rugby Roma Olimpic. Até a última temporada, os olímpicos tinham a companhia do grande rival da cidade, o Capitolina, que, contudo, desistiu de disputar a atual edição do Super 10. As duas equipes romanas, em parceria com a divisão de rugby da S. S. Lazio – o mesmo clube que disputa o campeonato italiano de futebol -, formarão o futuro Praetorians Roma, franquia profissional que disputará a Magners League 2010-11.
Com a desistência do Calvisano de disputar a European Challenge Cup, o Roma herdou a vaga italiana na competição. As expectativas para esta temporada não são as maiores, já que o que mais importa aos romanos é montar um forte elenco para os Praetorians.
Salvo da segunda divisão pelas desistências do Super 10, a outra equipe de Parma, o Gran Rugby vai jogar para apagar o vexame do rebaixamento passado. Já disputou por algumas vezes a Challenge Cup e busca dias melhores.
Promovido pela primeira vez sua história à elite italiana, os Cavalieri Prato representam honrosamente a Toscana no Super 10 2009-10. Cidade vizinha a Florença, Prato comemorou muito a promoção dos cavaleiros da cidade, formados a partir da fusão de 3 clubes locais. O veterano oitavo Andrea De Rossi e o ponta Marko Stanojevic são referência do esquadrão negro.
Por fim, o Super 10 tem a honra de receber novamente o L’Aquila Rugby. Cinco vezes campeão italiano, há duas temporadas os verdes do Abruzzo estavam na Serie A. A cidade do centro italiano é apaixonada por rugby, fugindo à regra, já que na Itália o rugby é mais popular nas regiões do norte do país. O povo de L’Aquila espera ter no rugby uma alegria que os ajude a aliviar as dores causadas pelo devastador terremoto que abalou a cidade no início deste ano, com saldo de quase 300 mortos.
Lista de campeões italianos:
Amatori Rugby Milano – 18 títulos
Benetton Treviso – 14
Petrarca Padova – 11
Rovigo – 11
Rugby Roma Olimpic – 5
Fiamme Oro Padova – 5
L’Aquila – 5
Rugby Parma – 3
Calvisano – 2
Partenope – 2
Viadana – 1
Concordia Brescia – 1
Gimnastica Torino – 1
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